segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Meus sonhos .


Muitos foram os sonhos que já tive !

Inúmeros aqueles que não se realizaram.! Sonhos acelerados , avessos ... dispersos !

Sonhos absurdamente absurdos num contexto sem forma e sem final...

Passos incertos, vôos inúteis... razões sem motivos ou até motivos sem razões de ser...

Afinal o que é o poeta senão um sonhador ou um místico sempre a procura da imortalidade do amor ?

Quem até hoje penetrou a verdade de um verso senão a própria pena muda de quem o escreveu !!!

Sonhos acontecem a cada instante !

Estão no âmago de cada coração, no segredo de cada um!!! Os meus continuam inacabados, talvez até indecifráveis...
A espera talvez de um dia , numa aurora quem sabe do próprio tempo
alguém venha colocá-los numa página em branco de um livro que ainda não foi escrito.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MUITO ANTES ...


MUITO ANTES de plantares uma árvore , verifica se o terreno é fértil.

Muito antes de colheres uma rosa , cuida que os espinhos não vão ferir teus dedos.

Muito antes de navegares no azul do mar , presta atenção se não existem correntes traiçoeiras que possam afundar tua embarcação.

Muito antes de provares o fruto , vê se no seu interior não existe uma morada de vermes.

Muito antes de admirares o sol, olha se nas nuvens existe algum sinal de tempestade.

Muito antes de ofertares o carinho e a confiança , escuta o que te aconselha a razão.

Muito antes de procurares Deus nos templos e nas igrejas , vai até o teu coração ... Por certo irás ENCONTRÁ-LO sempre a tua espera .

Quando tudo isso se fizer presente na tua estrada , encontrarás e saberás viver um grande amor!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

MENINO DE RUA


Ei ! você aí de cara suja, calça rasgada nos fundilhos , olhar vivo,parado numa esquina observando quem passa ...Você que chegou até o centro da cidade pendurado na traseira de um coletivo com aquela sensação de vazio no estomago e no coração ...Você que ignora quem seja seu pai , sua mãe , que nunca ouviu falar o significado da palavra “ família” ... não imagina nunca que neste momento eu escrevo para você.
Isso mesmo ! Penso em você , porque o seu futuro eu vejo nítido na imagem do seu presente sem infância.
Quantas vezes você já não dormiu num Juizado de Menores , heim garoto? E adiantou de alguma coisa ? Lembra também que por outras vezes prometeu mudar de vida após algumas surras? Promessas que caíram no esquecimento, e logo depois tudo voltou a sua rotina . E recomeçaram as perseguições, as correrias loucas pelas avenidas , os furtos aos desprevenidos, algumas detenções e mais uma vez a rua como dormitório e refeitório .
E nessa infância adulta , você um dia quem sabe não partirá rumo às drogas ... e o caos se fará presente de uma vez por todas.
Depois ... ( e esse depois sempre acontece) ... a polícia , o tráfico, as sirenes , os assaltos ,e quando você não termina seus dias num presídio, o seu corpo tomba sem vida numa viela qualquer.
E como é duro a gente saber disso. Duro e ao mesmo tempo cruel sabermos que você não é único , mas apenas um a mais entre centenas de garotos que se espalham nas grandes cidades , no abandono e no desamor dos homens.
Sim , meu menino de rua , meu carinha suja , meu ladrão precoce , você não tem culpa alguma da sarjeta que lhe jogaram.Você não pediu para nascer, e quando nasceu precisou como todos nós , de um lar , de carinho , de diálogo e de compreensão.
Mas que lar você teve ? Onde o seu pai ? Sua mãe ?
Assim a fome o conduziu ao mundo ingrato que lhe assiste hoje. E veio o primeiro furto, o segundo , o terceiro, tudo se tornando lentamente uma maldita rotina...
Hoje nos encontramos por acaso numa esquina , e os nossos olhares se cruzaram. E confesso: segurei mais forte a bolsa. E errei ! Confesso que falhei dentro do meu medo ou do meu egoísmo. Eu poderia ter olhado para você como apenas um menino de rua , mas só consegui vê-lo como um “trombadinha” , ou talvez até como um futuro assaltante. Peço-lhe desculpas agora ! E tento dizer um pouco tarde a frase que bem poderia ter sido dita no momento do nosso esbarro. De qualquer maneira , onde você estiver nesse instante , faça de contas que estamos de novo cara a cara , e num gesto meigo passarei a mãos nos seus cabelos sujos e sorrindo lhe perguntarei : “ OI GAROTO, COMO VAI VOCÊ “?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

SOU...


Sou um rosto a mais na multidão que passa...

Representante fiel, de uma verdade nua,que traz nas vestes desbotadas,as marcas das estações do tempo...

Sou uma mulher apenas,que conserva na boca o sabor dos anos primaverís e no coração muitas colheitas de verões cálidos!

O outono não conseguiu embaçar o meu olhar!

O que fiz e o que vivi são páginas arquivadas,num diário de vida selado hoje,com o lacre das lembranças...

Isentei de mágoas o meu coração e transformei todos os desencontros em abraços carinhosos que ofereço gratuitamente sem promessas nem juras para o amanhã .

Sou apenas isso!

Uma mulher que compondo poesias,vai cantando em versos,o segredo de cada coração que silente ou gritante passa por mim!

domingo, 22 de novembro de 2009

CONVERSA COM JESUS


Hoje ( domingo) eu não pretendo ir á igreja para conversar com Jesus, aliás faz tanto tempo que não vou a uma missa , que nem lembro bem os seus rituais.
Hoje eu irei à praia , e pouco importa que chova ou que faça sol.
Sentarei na areia e olhando ternamente o verde mar as jangadas e as brancas velas , conversarei bem mais com o meu Senhor.
E Ele virá a mim ( tenho certeza ), descalço , camisa aberta ao peito., cabelos revoltos ao vento e num gesto manso e puro se sentará ao meu lado . E os nossos olhares se cruzarão numa compreensão mútua de carinho e de Fé.
E em nome de todos os homens eu lhe pedirei perdão pelas faltas cometidas , pelas revoltas momentâneas e pela descrença que tantas vezes invade muitos e muitos corações... inclusive o meu.
Nada de velas acesas , orações comuns , repetitivas em pedidos rotineiros.
Nossa conversa será simples como a simplicidade de Seus gestos , e verdadeira como a Verdade que existe nesse homem-Jesus , que sentado ao meu lado , olhará o horizonte espalhando raios de paz nos corações frios e endurecidos.
Ah Senhor! Espera-me na praia !
Vem na vela branca das jangadas ou na espuma alva da calma onda . Vem no sorriso da criança que constroi castelos na areia , ou na aparência tranqüila do ancião que fuma o seu grotesco cachimbo olhando pensativo o encontro céu e mar .
Vem na alegria do vendedor ambulante , na pele morena do pescador, no carinho de dois adolescentes que se abraçam ...
Vem de qualquer maneira ao meu encontro. Vem de calça jeans desbotada, camisa amarrada na cintura , mas ... por favor : VEM .
Vem na figura de todos os homens e de todas as mulheres , para que eu possa cantar bem alto a minha Fé tantas vezes abalada.
E perdoa Senhor , essa conversa sem jeito. Ela é tão comum quanto a minha singularidade ... mas tão sincera e forte quanto o amor que trago por Ti nesse meu tão fraco e pequenino coração.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

SE EU FOSSE ...


Se eu fosse uma estrela, iluminaria todos os semblantes tristes!Se eu fosse o trigo,espalharia pães sobre todas as mesas!Se eu fosse uma árvore,abrigaria todos os corações que sofrem!Se eu fosse um pássaro, cantaria canções para todos os solitários!Se eu fosse a brisa, acariciaria todas as crianças do mundo.Se eu fosse um rio, regaria todas as terras áridas !Se eu fosse uma estrada, arrancaria todos os pedregulhos do caminho.Se eu fosse a justiça, seria mais justa para com os injustos.Se eu fosse um raio, cairia sobre todas as armas nucleares.Se eu fosse cor, seria branca e envolveria na Paz todos os homens, todas as raças e todos os credos.Se eu fosse você, não zombaria desse meu sonho, mas hoje mesmo daria inicio a sua realização.!Quem sabe juntos, não seriamos pioneiros na construção desse novo mundo!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ainda não sei nada ...


Aprendi muita coisa nessa caminhada pela vida. Aprendi que não se deve mergulhar de cabeça quando o mar aparenta águas tranqüilas,pois correntes marinhas pode nos levar a um afogamento. Aprendi que não se pode medir o abraço pela força dos braços que nos enlaça, mas pela ternura que emana do coração. Aprendi que os nossos defeitos começam aflorar para a pessoa amada, quando somos olhados como um ser humano ,capaz também de erros e acertos. Aprendi que o silêncio quando escutado com o coração , fala muito mais que mil palavras . Aprendi que ninguém É , mas que todo mundo ESTÁ no seu devido lugar de acordo com as mutáveis leis que regem os destinos. E pensando ter aprendido de tudo na vida , eu aprendi que até hoje estou engatinhando nas passadas da minha existência , e que a verdade nua e crua é que AINDA NÃO SEI NADA...

domingo, 15 de novembro de 2009

Minha verdadeira árvore de Natal


Nunca procurei saber ao certo a tradição do pinheiro natalino , ou como costumamos chamar normalmente de “árvore de Natal”. Sei no entanto que nunca deixei de colocá-la num recanto da minha sala , sempre que se aproxima o mês de dezembro, e gosto de ficar olhando as bolinhas multicores, os pingentes, as luzinhas que piscam, enfim , aquele espetáculo meio fantasia , poético ,ou melhor dizendo : tradicional! .No entanto , não posso negar que essa ornamentação me traz sempre um pouco de saudade...Lembro que minha mãe costumava dizer que Papai Noel teria colocado no topo da árvore que ela enfeitara para comemorar um Natal hoje distante , um anjinho especial “de carne e osso” e que esse anjinho era eu ; isso porque nasci exatamente num dia de Natal. E no meu mundo infantil , sempre que chegava essa data eu fazia questão de ver o anjinho decorando a árvore lá no alto, como fosse eu realmente a principal estrela natalina .Mas com o passar do tempo , outros pinheiros foram decorando a casa ,e nunca soube onde foi parar o enfeite. Hoje tenho consciência que realmente não cheguei a ser aquele anjo que um dia minha mãe sonhou , mas lutei muito para que o mundo não me quebrasse as asas . E todos os tombos sofridos , mesmo machucada , arranhada , eu consegui me levantar e ter sempre num recanto do meu coração um lugar especial para armar a minha verdadeira árvore de Natal, que na realidade é bem diferente daquela que ontem ornamentou a minha infância. Aquela mostrava o sonho e a fantasia , a de hoje retrata o meu hoje ! Aquela mostrava côres , essa já possui o cinza das experiências.! Aquela mostrava um brilho tão lindo , essa quase sem luzes traz na minha imaginação um anjinho desbotado que ainda me deixa crer todos os dias , todas as horas e todos os segundos que o importante na vida não são as folhas secas que caem de uma árvore , mas a fortaleza das raízes que não lhe permitem tombar ante as tempestades do destino . Esta sim , é a minha verdadeira árvore de Natal ! Cheia de pingentes de saudades ,de vivências alegres e doídas ,de momentos que se perderam no espaço ,de beijos não saboreados, de olhares ternos apagados pelo tempo ,enfim: a fotografia nítida de um perfil que hoje nada tem a ver com aquele anjinho que um dia me fez pensar ser a principal estrelinha natalina no topo das árvores que em muitos Natais minha mãe ornamentou a nossa casa .

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A FÁBULA DO PORCO ESPINHO

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.

Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados! Precisaram então fazer uma escolha: ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria , decidiram voltar a ficar juntos . E aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar , já que o mais importante era o calor do outro .
E assim sobreviveram .
MORAL DA HISTÓRIA: O MELHOR RELACIONAMENTO NÃO É AQUELE QUE UNE PESSOAS PERFEITAS, MAS AQUELE ONDE CADA UM APRENDE A CONVIVER COM OS DEFEITOS DO OUTRO , E ADMIRAR SUAS QUALIDADES.
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domingo, 8 de novembro de 2009

Um pedaço apenas de chocolate ...


Abrí hoje um caderno onde por muito tempo arquivei pensamentos. E o poeta Carlos Pena Filho me caiu ás mãos, no pedido mais lindo em todo o seu azul de espera , chopes, amor, vida e morte. Dizia ele que , gostaria muito : “ que no dia da sua morte, alguém sentasse num banco de jardim e comesse calmamente um chocolate’. Com que serenidade esse homem esperava o passo final de todos os homens ! Como seria bom se soubessemos nos mais tristes e amargos momentos do destino, comer um pedaço de chocolate num banco de jardim! Quem sabe assim não encarássemos com um olhar mais doce os revezes do destino ! Vivemos tão avidamente o dia a dia , esquecemos tanto a poesia, dificultamos tanto nossos relacionamentos que os amores acontecem , vivem e morrem sem que tenhamos um minuto dedicado aos seus verdadeiros valores. E a medida que vamos correndo em busca de alguma coisa que muitas vezes nem sabemos o seu perfil, o tempo , esse eterno clandestino , vai se infiltrando nos nossos dias e nas nossas noites , e quando despertamos para a realidade , é que compreendemos que construímos com as nossas próprias mãos o vazio ou a espera. E tudo isso porque não sabemos saborear um chocolate num banco de jardim... Hoje analisando mais uma vez esse grande poeta , ou até talvez motivada por essa sábia frase, eu vou sair por aí ... caminhando sem identidade , sem mágoas, sem olhar nuvens cinzas no céu da minha vida . E como uma forasteira dentro da minha cidade . vou procurar um banco de praça , e comer também calmamente um pedaço de chocolate. Quem sabe assim eu não consiga alcançar o azul de Carlos Pena e entender finalmente que a felicidade bem que pode ser encontrada nas coisas mais simples da vida . Talvez até nesse pedaço de chocolate que resolvi saborear hoje nesse banco de praça , onde tantas vezes passei sem prestar atenção ao seu convite . Quem sabe !

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

AMOR, além da Eternidade.


Elizabeth Barret nascida em Durham, autora de obras poéticas de grande sensibilidade na literatura inglesa, (provavelmente decorrente de sua frágil saúde e temperamento arredio),. viveu sua infância numa casa de campo, em Worcestershire quando aos 15 anos contraiu grave doença da qual nunca se recuperou por completo. Mudou-se para Londres (1836), onde publicou seu primeiro volume de poesias, The Seraphim and Other Poems (1838), porém sua consagração como poeta veio definitivamente com a segunda coletânea de poesias, Poems (1844). Casou em 1846 com o também o poeta Robert Browning, apesar da oposição da família... proibição motivada por ser ..Robert ao contrário da vida isolada de Elizabeth, um rapaz que de vasta cultura participava então do mundo distinto da época. Amante também da poesia , Robert após ler as obras de Elizabeth começou a amá-la , escrevendo-lhe cartas e fazendo versos , mesmo sem conhece-la pessoalmente.Seduzido pelos escritos da jovem , enamorou-se perdidamente por Elizabeth , que através de versos correspondia aquele inexplicável amor.Um dia , finalmente se encontraram e entenderam a beleza do amor que os enlaçava .Fugiram e se casaram na Itália sem que nunca abandonassem o elo que um dia os apresentou :a poesia.. Todos os poemas que escreveram mesmo depois de casados , retratavam o grande amor que os acompanhou até a morte .Entre os inúmeros escritos de Elizabeth Browning ,na minha opinião se destaca esses versos que ora transcrevo: ... "Amo-te quanto em largo, alto e profundo/Minh'alma alcança quando, transportada,/Sente, alongando os olhos deste mundo,/Os fins do Ser, a Graça entressonhada./Amo-te em cada dia, hora e segundo:/A luz do sol, na noite sossegada./E é tão pura a paixão de que me inundo/Quanto o pudor dos que não pedem nada./Amo-te com o doer das velhas penas;/Com sorrisos, com lágrimas de prece,/E a fé da minha infância, ingênua e forte./Amo-te até nas coisas mais pequenas./Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,/Ainda mais te amarei depois da morte." Esse poema foi escrito por Elizabeth poucos dias antes de morrer , e entregue ao marido como prova maior do grande amor que os uniu .Elizabeth morreu em Florença nos braços de Robert, que traduziu a sua dor numa única frase : "Sempre sorrindo e com uma expressão de felicidade no seu rosto de menina, faleceu, em poucos minutos, com a cabeça apoiada na minha face". Esse amor não é nem foi um conto de fadas .Ele foi único, inalterável, verdadeiro, que vencendo as barreiras de uma época jamais se desgastou, mas que permanece até hoje nos versos poéticos escritos e vividos por dois corações que nunca se separaram.: Robert e Elizabeth Browning !